"Bem-aventurado o homem que põe no SENHOR a sua confiança, e que não respeita os soberbos nem os que se desviam para a mentira" Salmos:40,4

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quinta-feira, 26 de abril de 2012

O INFERNO ASTRAL DE WAGNER




O governador Jaques Wagner está passando por mais uma turbulência em seu segundo governo, a greve dos professores da rede estadual de ensino. Ele, que construiu sua carreira política via movimento sindical, não está tendo habilidade suficiente para resolver o problema. Sobram acusações entre sindicato e governo, de intransigência e falta de diálogo. O mesmo já havia acontecido no ano passado durante a greve dos professores das universidades estaduais. Wagner parece estar vivendo um inferno astral.
Tudo começou ainda na formação da equipe ministerial do governo Dilma quando Wagner não conseguiu emplacar nenhum nome em ministérios de peso. Ao mesmo tempo viu lideranças baianas de outros partidos ocuparem cargos de destaque na administração federal. O governador que foi cobrado durante o governo Lula pela perda de obras federais e investimentos para o estado de Pernambuco passou a ser cobrado pela população baiana no novo governo pela falta de prestígio em Brasília.
Mas o pior ainda por estava por vir. A greve da Polícia Militar em fevereiro expôs, além da falta de habilidade de negociação, práticas nada ortodoxas utilizadas pelo governador. Primeiro chegou a Salvador o Ministro da Justiça José Eduardo Cardoso para anunciar vagas em prisões para os policiais grevistas. José Eduardo teve que ouvir a declaração do policial Edson Silva que "ele guardasse as vagas para seus colegas ministros de Brasília". Durante a greve Wagner se expôs na mídia mas não foi o suficiente para ter o controle da situação, o número de assassinatos no período foi assombroso.
A greve só foi contida após a divulgação de grampos telefônicos com diálogos entre grevistas. O conteúdo desses diálogos irritou a opinião pública que acabou por enfraquecer o movimento. A questão agora é que se revelou que os diálogos divulgados foram manipulados colocando as declarações dos grevistas fora do contexto real. Não se sabe ainda se a manipulação dos diálogos foi feita pela TV Globo, a primeira emissora a divulgar, ou pelo Governo do Estado que teria entregue a edição pronta para a emissora. É fato que a TV Globo tem na sua história a mancha da edição do debate presidencial de 1989 entre Collor e Lula quando a apresentação no Jornal Nacional beneficiou Collor.
O Ministério Público solicitou a gravação completa das conversas entre os grevistas para apurar de onde surgiu a manipulação, se da TV Globo ou do Governo do Estado. Caso seja comprovado que a edição saiu da governadoria Jaques Wagner vai ficar em maus lençóis junto ao Ministério Público e à população.

José Nunes Neto
Estudante de Jornalismo da Uesb