WENCESLAU: “REUNIMOS MELHORES CONDIÇÕES QUE O PT DE ITABUNA PARA ENFRENTAR O DEM”
O blogger PoliticosdoSuldaBahia entrevistou o pré-candidato a prefeito de Itabuna, Wenceslau (PC do B), e o mesmo falou sobre vários temas, como seus projetos, UFESBA, governo Azevedo e a legitimidade do PC do B em lançar candidato a prefeito. veja abaixo a entrevista.
A sua reeleição a vereador era considerada certa, mas por qual motivo desistiu para ser candidato a prefeito?
Sinto que a maioria da população anseia por mudanças no executivo. O partido me fez esse chamamento e me sinto preparado para a tarefa. Ademais, defendemos a renovação, existem outros quadros no partido que darão continuidade ao nosso trabalho.
Neste período pré-eleitoral além de fazer política, o senhor está elaborando um plano de governo, para identificar os problemas da cidade, e apresentar as soluções?
Com certeza. Temos feito isso enquanto agremiação partidária e conjuntamente com os partidos que fazem parte da frente. Não pretendemos encomendar um plano de governo a tecnocratas, construiremos o nosso com a participação da população que é a parte mais interessada em solucionar os problemas da cidade.
Na última semana o município foi manchete na rede Globo, por causa do Lixão. A culpa é do atual prefeito Capitão Azevedo, ou dos ex-prefeitos Fernando Gomes e Geraldo Simões?
Cada gestor que passou pela prefeitura tem a sua parcela de responsabilidade. Mas alguém tem que dar o pontapé inicial. Infelizmente nenhum deles encarou a destinação adequada dos resíduos sólidos como prioridade.
Qual a solução para o problema? já tem um projeto em mente?
A Lei Federal 12.305/2010 instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos e orienta tudo que deve ser feito para uma boa solução para o lixo produzido na cidade. Faremos um bom Plano Municipal de Gestão Integrada dos Resíduos Sólidos, pois sem ele não acessamos recursos federais para construção de um moderno aterro sanitário e da implementação da coleta seletiva e da reciclagem.
Incentivaremos e daremos todo suporte à cooperativa de catadores e da construção de uma indústria para reciclar e agregar valor ao lixo. O que é um problema social e ambiental se tornará uma fonte de renda para inúmeras famílias itabunenses.
O PC do B em Itabuna sempre participou nos governos de Geraldo Simões, por que agora em 2012 o partido está em outro projeto?
Para ser justo, participamos apenas no segundo governo (2001 a 2004). Em 92 apoiamos Dr. Renato Costa (PDT), indicando Sena para vice, em 96 lançamos candidatura própria (Davidson), somente em 2000 apoiamos o PT e participamos do governo. Nas eleições de 2004 e 2008 marchamos juntos indicando vice, mas não obtivemos êxito.
As pesquisas de opinião tem nos indicado que a população quer renovação. Entendo que o PCdoB cresceu, amadureceu e tem condições de fazer uma boa gestão, mas um projeto para Itabuna precisa ter não só apoios partidários, mas da sociedade organizada como um todo.
Em 2008 o partido fez a mesma coisa no período pré-eleitoral, mas nas vésperas da sucessão decidiu indicar Luis Sena como vice de Juçara Feitosa (PT). Isso não pode se repetir, neste caso o vice seria o senhor?
Cada eleição é uma história diferente. Em 2008 não tínhamos muita opção, mas agora estamos dialogando com uma plêiade de partidos composta por homens e mulheres capazes de fazer a disputa para valer.
Não tenho nada de pessoal contra Geraldo ou sua esposa, mas entendemos que os resultados das últimas eleições tem mandado um recado. Existe um esgotamento desse segmento aqui na cidade.
Mas o partido já comunicou o governador Wagner sobre a decisão de não apoiar o PT em Itabuna? O partido tem essa legitimidade, mesmo fazendo parte da base governista?
O Governador tem conhecimento da posição do PCdoB. Nosso partido apoiou Lula em todas as eleições presidenciais, desde 1989. Apoiamos Dilma e na Bahia marchamos com Wagner em três eleições consecutivas.
Somos parte integrante do projeto nacional e estadual, mas o partido não é sublegenda, temos fisionomia própria e todo o direito de apresentar candidatura onde as condições sejam favoráveis. Da mesma forma que o PCdoB serve para apoiar, também serve para ser apoiado. Entendemos que no momento atual reunimos melhores condições que o PT de Itabuna para enfrentar o DEM.
E em relação ao governo do prefeito Capitão Azevedo (DEM), qual o ponto que o governo deixa a desejar?
A pergunta deveria ser inversa, pois o governo atual não conseguiu se destacar positivamente em nenhuma área. A saúde é um caus, os serviços públicos em geral deixam a desejar. Somos pautados na grande mídia por sucessivos escândalos.
Epidemia de dengue, que novamente tem assolado a população, violência entre os jovens e agora a questão do lixão. Qual é mesmo a marca desse governo? Até o trânsito que o prefeito é especialista é uma piada, sem falar nos sucessivos escândalos que comprometem a integridade moral do governo.
Em 2010, o senhor então candidato a deputado estadual recebeu apoio de alguns membros do governo municipal. Isso não será lembrado na eleição deste ano?
Graças a Deus tenho muitos amigos em Itabuna e você sabe que em uma eleição disputada como a de Deputado Estadual não se pode recusar apoio.
Alias sabemos reconhecer o trabalho das pessoas, além das qualidades profissionais e integridade para indicação do Subtenente Gilson Nascimento para o Detran pesou o apoio à presidenta Dilma, ao Governandor Wagner, aos nossos senadores e aos deputados da base, inclusive o apoio à nossa candidatura.
Sendo prefeito de Itabuna, qual será a prioridade do seu governo?
São vários os setores que necessitam de prioridade e urgência, mas creio que a questão da saúde terá que ser prioridade número 1 porque pessoas estão morrendo por conta da desassistência.
Isso é inconcebível. Mas o planejamento urbano, a melhoria da educação, a segurança pública, as questões ambientais, a geração de emprego e renda, a cultura, o esporte, a assistência social, entre outras devem ser priorizadas. Temos alguns princípios basilares: Planejamento; honestidade; transparência; eficiência e gestão democrática.
E sobre essa frente partidária, composta pelo PC do B, PRB, PSC, PDT e PV, quando será anunciado o candidato?
Você sabe que essas coisas só são resolvidas em junho, próximo às convenções partidárias. Temos que ter cautela e paciência, afinal de contas não se trata de projeto pessoal.
E quais outros partidos podem compor com essa frente?
Estamos dialogando com o PMDB, o PP, o PPS, o PSDB e iremos procurar o PSB, o PTB, e outras legendas que não estejam comprometidas com os outros projetos políticos.
Para finalizar, Geraldo Simões fala que foi o responsável por trazer a UFESBA para Itabuna, o senhor participou desta luta. Para acabar com a dúvida, quem teve o papel mais essencial nesta luta, o senhor ou ele?
Não sou presunçoso, apenas coloquei a disposição dessa causa nobre a minha experiência na luta pela estadualização da FESPI, hoje UESC. Luta vitoriosa que completou 20 anos em 2011.
Não posso deixar de reconhecer o papel da bancada federal de deputados e senadores, em especial os Deputados Alice Portugal e Daniel Almeida do PCdoB, que sempre se colocaram à disposição da luta.
Não podemos esquecer a participação decisiva do Governador Wagner, mas seria injusto negar a mobilização regional que teve a participação de prefeitos, vereadores, secretários de educação, sindicatos, entidades estudantis e das Lojas Maçônicas que foram para as ruas reivindicar. Se uma canetada de deputado resolvesse as coisas a questão da CEPLAC já teria sido resolvida há muito tempo.
